YOGA, A VISÃO INTERIOR E A VISÃO DIVINA
- Marcelo Augusti

- 9 de jul.
- 12 min de leitura
Atualizado: 22 de jul.

Vou mostrar-te agora o que se deve conhecer; aquele pelo qual, conhecendo, se alcança a imortalidade: o eterno e supremo Brahman, que não é qualificado nem como ser, nem como não-ser (Bhagavad Gita, XIII, 12)
O yoga, em uma perspectiva didática e pedagógica, é o processo de expansão da consciência individual em direção à Consciência Universal. Pode-se dizer, de elevação do humano ao divino. Este processo se inicia pelo aprendizado dos domínios do corpo, da respiração e da mente.
No post anterior, falamos sobre esses três domínios iniciais da liberação: o físico, o energético e o mental. Aquele que realizou o último domínio, a mente pacífica, estará apto a prosseguir no cominho do yoga, em direção à autorrealização espiritual.
Autorrealização espiritual (Atma-Bodha) é o processo de percepção do “falso eu” (ahankara). O “falso eu” surge quando a consciência, iludida pela percepção errônea da diversidade, volta-se para as aparências do mundo exterior, e se identifica com a personalidade, seus desejos, preferências e aversões.
A autorrealização espiritual, portanto, é o reconhecimento desta falsa identidade, cujo processo culmina na compreensão da “identidade genuína” (Sat Nam), isto é, do Si Mesmo (Atman).
Atman é a verdadeira realidade de cada ser senciente (a essência fundamental), e que, no mais, trata-se da própria Realidade Suprema (Brahman). Atman é a “testemunha” (saksi) que habita o mundo interior de cada ser senciente.
Porém, é somente pelo “domínio completo” (samadhana) da mente, que será possível o florescimento do insight que iluminará a consciência para que se desperte para os níveis mais profundos dessa “revelação interior da verdade” (samapatti).
Logo, ao realizar a mente estável e serena, o caminho do yoga se direciona para algo que é, de fato, real. Real, no yoga, é aquilo que não sofre mudanças no tempo e espaço. Real é o que permanece imutável: é o infinito e o eterno.
Atman é o imutável, o infinito e eterno, como dito, é a essência constitutiva de toda entidade viva. Manter a mente constante na essência, é elevar a consciência ao domínio do imperecível, ou seja, da presença da divindade em nós.
Na condição de “entidade viva” (jivatman), o indivíduo humano, em sua natureza, é limitado e finito. Pois o corpo, em sua natureza, adoece, padece e por fim, fenece; e a mente se desintegra. A condição humana, portanto, é transitória e efêmera.
Se a natureza do corpo e mente parece precária, e nos mantém nos estreitos limites do tempo e espaço, ao qual sofremos todos os efeitos deletérios deles decorrentes (envelhecimento, doenças, morte), o Si Mesmo, a essência, todavia, é existência eterna, consciência pura e bem-aventurança infinita.
A mente, quando realizada em seu pleno domínio, será uma “mente pura” (chitta shuddhi).
A qualidade de algo puro, indica que não há nada nesse algo que seja ou esteja misturado.
Uma mente pura significa que não há mais contradições e conflitos entre o que é e o que não é, entre o mundo interior e o mundo exterior.
Para seguir na senda da autorrealização, todavia, é fundamental que, desde o início da jornada no yoga, o adepto tenha observado e praticado, atenta e cuidadosamente, todos os princípios éticos e morais (yamas e niyamas), que orientam a atitude e a conduta correta do indivíduo.
A observação e a prática dos preceitos éticos e morais possibilitará o emergir da virtude da pureza, ou seja, tornar-se capaz de ser e fazer em conformidade com a excelência do bem, isto é, de acordo com a fonte genuína da verdade.
Para além dos domínios do corpo, da respiração e da mente, o que vem a seguir, portanto, é a revelação do sagrado, ou seja, o domínio da ‘visão interior’, isto é, da “percepção direta” (Drstam) da essência (Atman), que subjaz ao mundo fenomênico.
A ‘visão interior’, no que diz respeito ao esforço pessoal, é a realização maior que alguém pode alcançar. E, como já dito, “somente aquele que dominou a mente, estará apto a receber a revelação da essência” (Mundaka Upanishad, 1.2.13).
A visão interior é um aspecto da religiosidade. Esta é o modo como o indivíduo se relaciona com o sagrado. É a expressão pessoal da fé e a convicção de um sentimento religioso, gerado pela sensação de estar conectado com algo maior que nós mesmos. A religiosidade, pois, é a experiência subjetiva e pessoal do sagrado.
Mas o que é o sagrado? O sagrado é uma vivência interior; não é uma coisa, objeto ou lugar. Não é uma manifestação, por isso se diz uma ‘visão interior’.
É preciso, pois, “ver” o sagrado, em nós mesmos – no mundo interior, para que possamos vê-lo no mundo exterior.
O sagrado traz em si algo que lhe é específico e singular: trata-se do inefável, ou seja, ele é inacessível a compreensão por meio de conceitos. Ou seja, enquanto não vivenciarmos o sagrado, não temos como saber o que ele é.
O sagrado desperta-nos para o “sentimento religioso” (bhakti ou sentimento de devoção), intrínseco ao ser humano – um princípio elementar da consciência – que, por sua vez, nos conduz para a autorrealização espiritual.
É a vivência do sagrado, e não a mera devoção ritual, que nos impulsiona para a busca do verdadeiro sentido da vida e do significado real da existência. Assim, o sentimento religioso é o indício do desejo de restabelecer o vínculo primordial entre a humanidade e a divindade.
No Yoga Sutras, Patanjali denomina a divindade de Íshvara, que podemos considerar como “a presença do sagrado em nós”.
Íshvara Pranidhana é a prática da devoção ao sagrado, isto é, a atitude de aceitar Íshvara – a divindade que preside a mente ou que assim o faz por meio dela – ou seja, a Consciência – como o ‘mestre interior’ – o Guru – que governa a nossa vida.
A ‘visão interior’, portanto, é a percepção clara daquilo que, em nós, é imortal e resplandecente. E apenas por uma percepção direta desta realidade, pelos “olhos da sabedoria” (jñana-chakshusha), é que a presença do sagrado se tornará visível.
A “investigação do eu” (Atma-Vichara), abre-nos os olhos da sabedoria, sendo uma via de acesso fundamental para a autorrealização espiritual. Trata-se de uma técnica que estimula a reflexão crítica, e que nos convida a nos questionarmos: “quem sou eu?” (Kah aham asmi).
Atma-Vichara, portanto, é um processo de questionamento sobre quem ou o que realmente somos, e nos leva para além das nossas percepções sensoriais e identificações com o corpo, a personalidade, os pensamentos, as emoções e as coisas e circunstâncias do mundo exterior.
A ‘visão interior’, quando realizada, significa que estamos impregnados pela natureza sátivica, e alcançamos o estágio da “mente iluminada” (bodhisattva). A vida tornou-se, então, a expressão maior da harmonia, da bondade, da compaixão, da simplicidade, da humildade e do contentamento.
Sattva, conforme o Samkhya, é considerada a qualidade mais elevada dos “estados da natureza” (gunas), condicionando-nos ao modo da equanimidade e da felicidade. Em tal estado, emerge-nos a sensação de que estamos conectados ao Universo.
Todavia, a condição sátivica, exatamente por ser um estado da natureza, está sujeita às mudanças no tempo e espaço. Ou seja, por maior que seja a duração no modo bondade, compaixão e felicidade, não é possível permanecer indefinidamente em tal estado.
A natureza sátivica, portanto, é a última fronteira a ser superada no caminho para moksha; pois sattva, ainda que natureza luminosa, também é uma ilusão: a ilusão de que estamos conectados ao Todo. Afinal, não é necessário estabelecer uma união com algo que você já é, em sua mais pura essência.
Sattva, portanto, é a linha tênue que separa religiosidade (a ilusão da conexão com algo maior), e espiritualidade (a ilusão de que há algo maior), da verdade da realidade. Mas temos que entender que religiosidade e espiritualidade são etapas do processo na jornada do yoga.
No Yoga Sutras, Patanjali esclarece sobre a diferença entre sattva (a natureza perecível e mutável) e Purusha (o espírito infinito e eterno). Sattva, como foi dito, é o estado luminoso e pacífico da mente; Purusha é o Ser, a Consciência Infinita que a tudo permeia, que a tudo perpassa.
Logo, para aqueles que avançaram no conhecimento e na autorrealização espiritual, e compreenderam a natureza e seus modos de condicionamento, (sattva, rajas e tamas), a jornada não chegou ao fim, pois algo mais além do bem-estar terreno encontra à espera.
A visão interior, embora seja um estágio fundamental na senda do yoga, não se constitui, necessariamente, em uma preparação para a finalização do processo de liberação da consciência: o transcendente.
A realização da visão interior, portanto, não é um precedente necessário para a transcendência, e tampouco, seja uma realização que a antecede, ainda que possa ser um fator que a facilite a caminhada na senda do yoga.
Pois, o transcendente não é um domínio ou algo que podemos controlar, no sentido dos anteriores, ou seja, de cumprir uma etapa e avançar para a próxima; porém, é um acontecimento espontâneo, imprevisto e imprevisível.
Transcender refere-se ao que está além da experiência ou do conhecimento intelectual; está além dos limites do mundo sensível ou da realidade imanente. É um evento superior, sublime, inaudito, inexprimível. O transcendente é a própria jornada mística do yoga.
A transcendência é uma compreensão súbita, única e definitiva sobre as três questões mais importantes da vida terrena de qualquer pessoa: “quem sou eu?”, “o que é isso tudo?” e “o que estou fazendo aqui?”.
O estudo dos Upanishads, textos reveladores da verdade da realidade última, pode nos inspirar a buscar essas respostas. Trata-se de alcançar o “conhecimento superior” (Vydia), o mesmo que foi revelado aos antigos “sábios” (rishis).
A verdade da realidade última afirma que Atman (a essência individual), é idêntico à Brahman (a essência universal) ou, mais precisamente, que Atman e Brahman não são separados ou distintos, pois Atman é a manifestação de Brahman no Universo.
Isto significa que o Ser ou Atman – o “Eu” que habita todo ser vivente, é idêntico à Realidade Suprema, o Brahman, que é a origem e o fundamento de todos os fenômenos do mundo manifestado.
Com escrito no Bhagavad Gita: “Aquele que vê a Realidade Suprema (Brahman) permanecendo a mesma em todos os Seres (Atman), o imperecível (espírito supremo) no impermanente (corpo e aparência), esse verdadeiramente vê” (BG, Canto XIII, 27).
O transcendente, portanto, vai além da visão interior, que nos possibilita ver a essência individual; o transcendente é a visão da totalidade da existência, onde, então, vemos claramente, tudo como Um, isto é, a visão do Absoluto.
Logo, a transcendência é a própria “realização divina” (Atman Jñana), cuja expressão maior é o “êxtase existencial” (Satcitananda): Realidade (Sat), Consciência Pura (Cit), Bem-aventurança (Ananda)”, que é a realidade última de todo ser senciente.
Atman e Brahman, a realidade última, é a Verdade em Si. Esta realidade é como a onda e o oceano. Não se pode dizer que a onda (Atman) é o oceano (Brahman), assim como não se pode dizer que a onda não é o oceano.
Pois a onda é uma manifestação do oceano, mera particularidade que, sem nunca deixar de ser oceano – mesmo tornando-se onda – quando assim deixa de ser, torna-se em oceano novamente, aquilo que nunca deixou de ser.
Assim, o indivíduo (vyakti), é parte de um todo coletivo (samashti); esse todo é parte de uma totalidade abrangente (srushti) que, por sua vez, é reflexo do Absoluto (Parameshti). É como a lua cheia a se refletir em mil poças d’água. É como mil peças de argila, cuja origem é o mesmo artesão.
Ou seja, todos os seres são encarnações da Divindade. São formas divina. Isto significa que não há diferença entre o relativo e o absoluto, entre o particular e o universal, a não ser nas distinções de nome e forma da miríade de seres existentes.
A isto se denomina Unidade. A Unidade é Divindade. Pois, “a verdade é uma apenas” (ekam sat). E somente aqueles agraciados pela Verdade é que vivem na plenitude da paz (shanti), do amor (prema) e da bem-aventurança (ananda).
Atman é a testemunha da Unidade, pois Atman é a Unidade subjacente à diversidade. A visão do divino muda a visão do mundo exterior; pois, onde antes se enxergava apenas diversidade - de linguagem, religião, nacionalidade, credo, etnia, ideologia, etc. – então se vê, claramente, a Unidade.
Mas a compreensão súbita de Atman e Brahman, para além da mera especulação e entendimento intelectual, pode levar muitas vidas.
Por isso, afirma-se nos Upanishads, que é somente pela austeridade (tapas, isto é, o esforço para superar as próprias limitações do corpo e mente), que se conhece a Realidade Suprema.
Para a transcendência, um mestre realizado na “visão divina” (Darshan), pode ser de grande auxílio. Pois, “tal conhecimento será dado por aqueles que são sábios e viram a Verdade." (Bhagavad Gita, 4.34).
É, portanto, apenas o “vidente da verdade” (Tattva-Darshi), isto é, aquele que, dissipando o véu da ilusão, percebeu claramente a verdade da realidade, é quem pode indicar – e apenas indicar, não mais que isso – o caminho para a transcendência.
Um mestre realizado, conforme a Chandogya Upanishad (12.12), é alguém “qualificado nos estudos das escrituras” (Shrotriya) e, mais do que isso, alguém que “vive de acordo com as escrituras” (Brahmanishstha).
Ele conhece o significado tradicional das escrituras, e não as interpreta de acordo com a sua opinião ou interesse particular. Logo, não há contradição entre o que está escrito, o que ele transmite e o que ele vive como pessoa.
Se ele não viver o que transmite, seus discursos serão vazios, meras repetições de passagens das escrituras. Pois, como alguém, sem um reservatório de vivências espirituais genuínas, pode ser capaz de responder adequadamente aos mais diversos questionamentos daqueles que o procuram para conhecerem a verdade?
Um mestre realizado é alguém que aprendeu a praticar a ‘observação desinteressada’ do mundo interior e do mundo exterior; desenvolveu habilidades de comunicação que o possibilitam transmitir a sabedoria adquirida, de modo a tornar seu conhecimento acessível às necessidades das pessoas dos mais variados níveis de entendimento.
O mestre realizado é aquele que “vê” a realidade onde ninguém vê: em uma planta, em um inseto e até nas pessoas que cometem maldades; pois ele vê o bem oculto - a essência divina - em tudo e todos, e sabe que é questão de tempo para que todos floresçam na paz e no amor universais.
Ele também não guarda segredos sobre a transcendência, porém, sabe a quem confiar; ele cultiva a empatia e a compaixão, é acolhedor com todos que o procuram, não é afetado por elogios ou críticas e, ao seu redor, paira uma atmosfera de paz, amor, simplicidade e felicidade, pois ele é alguém “tranquilo e reconfortante” (soumya).
Diz-se, nos Upanishads que, aquele que conhece a verdade, ele mesmo se torna a verdade. Assim, não há como se enganar. Pois o Mahabarata afirma claramente: “Aquele que não sabe o que é certo e o que é errado, e está levando uma vida injusta, essa pessoa deve ser descartada, mesmo que seja um mestre." (Shanti Parva 5.77)
Um elemento é fundamental para o transcendente: a fé (shraddha). Pois é necessário ter firme convicção nos Upanishads e na sabedoria transmitida pelo Darshanan, ou seja, aquele que foi agraciado pela visão auspiciosa da totalidade.
O significado de shraddha é “suportar a verdade”. Logo, somente aqueles que estejam dispostos a olhar para a realidade e suportar a verdade revelada, é que estão aptos a receberem o “conhecimento superior”, que abrirá o portal para o transcendente.
Shraddha, portanto, não significa crer cegamente, sem nada compreender. Não se trata de acreditar sem experimentar. Embora o transcendente não seja originado de uma experiência em si, é a experiência da visão interior que, como já dito, prepara o caminho.
Logo, a fé é algo concreto, que brota diretamente das vivências do e no mundo interior, a partir do estudo e da meditação, pela aprendizagem com os mestres e pela contemplação do “santuário interior” (Garbhagriha), onde repousa a presença da divindade.
A contemplação do santuário interior torna possível a percepção do sagrado no mundo exterior. Pois, afinal, “o que está aqui, está lá; o que está lá, está igualmente aqui” (Kaṭho Upanishad, II:1,10). Ou seja, se não vejo o sagrado em mim, não o verei em lugar algum.
Transcender é superar a ilusão do ser e ter. O desejo de ser e ter é a causa dos sucessivos nascimentos e, consequentemente, do sofrimento gerado pela impossibilidade de ser e ter tudo o que se deseja.
Considerando-se que bilhões de indivíduos desejam ser e ter, cada um ao seu modo e sua ignorância, em algum momento da vida os confrontos e conflitos são deflagrados, causando todo tipo de dores e crueldades.
Pois quanto mais se tem, mais se quer; quanto mais se é, mais se quer ser. Isto é a mundanidade, a condição limitada do indivíduo no mundo fenomênico. Enquanto não compreendermos isso, viveremos uma vida miserável de buscas sem fim, que só nos trará prazeres superficiais, frustração e sofrimento.
A transcendência, portanto, é a liberação definitiva dos efeitos da natureza, e de tudo o que causa a ilusão da diferença e da separação, o fim de todos os desejos que levam aos infindáveis ciclos do ‘vir-a-ser’.
Muitos alcançam a realização nos estágios do corpo e da respiração. A mente pacífica é o máximo de realização que alguns alcançam. Poucos realizam a religiosidade e a espiritualidade. E raros são aqueles agraciados pela transcendência.
Yoga não tem segredos, não há mistérios. Yoga é transcender o namarupa – nome e forma – e permanecer assentado na essência – svarupa.
É estar disposto ao ‘deixar de ser’ para, simplesmente, Ser. É ter fé no processo e convicção no resultado.
E como inscrito no Svetashvatara Upanishad (3.8): “Não há outro caminho para moksha".
Estude, pratique, liberte-se com o yoga.
Hari Om Tat Sat.
Veja o mundo com a visão da verdade. Todos são um; todos são essencialmente Divinos. O Vedanta declara que o princípio Átmico é a unidade subjacente à diversidade. As lâmpadas são muitas, mas é a mesma corrente que flui em todas elas. Da mesma forma, o princípio Átmico existe em todos. A incapacidade do homem de entender esse princípio de unidade é a causa de sua ignorância. A verdadeira humanidade está no entendimento da unidade na multiplicidade. Vocês têm que desenvolver samyak drishti (visão correta) para perceber a unidade
(Sri Satya Sai Baba)




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